01 julho 2008

Resumo Mesa Redonda de Terror


Para quem não pôde comparecer, algumas fotos do evento (a maioria fora de foco) podem ser encontradas aqui.

Um breve resumo:

- De início tivemos a apresentação de alguns curtas da Liz Marins. A produção lembra bastante o formato do "Cine Trash", que a Band veiculava nos anos noventa e que eram apresentados pelo pai dela, o lendário Zé do Caixão.

- Em seguida tivemos a apresentação do trabalho de Janaína Azevedo, "As alegorias do terror, do amor e da morte nas obras Drácula de Bram Stoker e Frankenstein de Mary Shelley". A Janaína apresentou o trabalho numa peculiar fantasia de "noiva-cadáver-suicida-degolada".

- Após isso começou a mesa redonda propriamente dita. Os participantes (eu, Liz Marins, Martha Argel, Giulia Moon, André Vianco e J. Modesto) se sentaram numa estranha divisão "meninos de um lado, meninas do outro", que me recordou muito os tempos dos bailinhos de escola.

- Começou-se discutindo um bocado a respeito de literatura de vampiros. Houve uma certa controvérsia a esse respeito, pois na humilde opinião deste que vos fala há muito tempo que não há relação entre vampiros e histórias de terror. O consenso foi que realmente isso é uma tendência dos escritores, mas que a atração do arquétipo dos "chupadores de sangue" ainda é bastante forte, tanto em temática quando em termos de mercado.

- A parte realmente de literatura de terror ficou um pouco a desejar. Houve pouca discussão, centrando o debate mais em responder às perguntas da galera. Discutiu-se também o uso de lendas brasileiras e mitos regionais, mas não houve um consenso útil dos presentes.

- Após a inevitável "sessão jabá" a mesa foi encerrada. Foram exibidos mais alguns curtas de Liz Marins e realizado o sorteio de uma edição de "O Turno da Noite", do André Vianco e de dois exemplares de "O Legado de Bathory".

A conclusão que eu tirei é que pouca gente sabe realmente quais as tendências para o gênero na produção nacional. Eu incluído. Há a necessidade de se voltar mais ao leitor, às suas aspirações e desejos. Ficou um tom um tanto monocórdico a respeito de vampiros nesse tipo de literatura. Como autor tendo a me posicionar contrário a isso. Sempre achei que uma história deve se utilizar de arquétipos, não se embasar neles. Se for pra continuar lançando livros com pseudo-clones de Lestat a coisa nunca vai andar pra frente.

Mas no geral o evento foi bastante válido. Há muito a ser tirado dessa discussão. Mercado existe, leitores também. Só precisamos encontrar autores corajosos o suficiente para dar um passo além. Passo este que precisa ser firme e convicto, de modo a expurgar o provincianismo regente na produção atual.

Sendo assim: Mãos à obra, macacada!

P.S.: Meus agradecimentos ao pessoal da Livraria Cultura pela iniciativa e pelo convite. Que venham os próximos!

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